sexta-feira, agosto 26, 2005

Artistas Unidos

Eduardo Pitta disse tudo (http://daliteratura.blogspot.com/2005/08/fechar-o-pano.html). Nada a acrescentar...

Cito:

"FECHAR O PANO?

Na próxima segunda-feira, dia 29, completam-se três anos sobre o despejo dos Artistas Unidos do espaço d'A Capital, no Bairro Alto. O intermezzo do Teatro Taborda também acabou. Agora os Artistas Unidos andam outra vez às bolandas. E Jorge Silva Melo pondera: «Estou muito hesitante. Não sei se não era melhor fecharmos daqui a pouco tempo, no Verão do próximo ano, cada qual ir para seu lado depois desta experiência em que amadurecemos e mostrámos do que éramos capazes. [...] Se calhar não dá o que pensei n'A Capital, ou dá outra coisa, já só com alguns. Ou nada, fecha-se a torneira e acabou-se.» (cf. DN de hoje) Para já, o grupo prepara-se para a digressão que começa no dia 3 de Setembro, na Guarda, com Music-Hall, de Jean-Luc Lagarce, e para uma nova co-produção com o Teatro Nacional D. Maria II, Os Animais Domésticos, de Letizia Russo. Enquanto isto, de cada vez que alguém deita um pardieiro abaixo, mil vozes se levantam em prol do «espaço cultural». Lisboa está pejada de espaços culturais que nunca acolheram uma exposição de pintura ou fotografia, um curso de escrita criativa ou de literatura comparada, uma venda temática de livros, uma leitura de poemas, uma sessão de piano ou jazz, uma performance teatral ou de bailado. Lisboa deve ser a única cidade europeia com meia-dúzia de teatros fechados (se calhar são mais, mas eu só me lembro de meia-dúzia), condenados às récitas de Natal das multinacionais que podem contratar palhaços para entreter os assalariados, ou ao ocasional monólogo de actores brasileiros de passagem, triste palmarés que reflecte a bacoquice indígena. Entre o Tivoli e o Taborda, dez anos de espectáculos, no primitivo lugar da livraria Ler Devagar, na Culturgest, no Politeama, no Variedades, na Comuna, na Gulbenkian, no Seixal, na mais distante província, no espaço que foi d'A Capital. Dez anos a revelar e a confirmar talentos (Américo Silva, António Simão, Carla Bolito, José Airosa, Manuel Wiborg, Miguel Borges, Paulo Claro, Pedro Carraca, Sérgio Grilo, Sylvie Rocha, etc.), a potenciar sinergias (Camacho Costa, Cecília Guimarães, Diogo Dória, Fernanda Montemor, Glicínia Quartin, Isabel de Castro, Lia Gama, Ricardo Carriço, Rogério Vieira, Teresa Roby, etc.), fiéis a uma programação de risco e, por isso mesmo, exigente. Who cares?"

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