sábado, julho 08, 2006

Is everybody in? The ceremony is about to begin.

quarta-feira, abril 12, 2006

What life is this where there is no time to stand and stare?...

quarta-feira, março 29, 2006

Partidas

É uma sensação estranha ver os amigos partir. Significa uma época que acaba. Significa um tempo que passou que deveriamos ter aproveitado talvez mais, onde deveriamos ter feito mais coisas, dito mais, vivido mais.

Depois... o adeus. Um abraço. A aparência de normalidade quando sabemos que as coisas nunca voltarão a ser o que eram...

Dentro de nós temos a certeza que as amizades não são feitas de espaço ou tempo, mas há sempre o medo que o espaço ou tempo tornem distantes pessoas que antes se assemelhavam. Tinham-me disso isso antes. Que as pessoas destes lugares nunca ficam por muito tempo. Chegam. Partem. Com cada amizade vem a certeza de um adeus. Que assim seja. Prefiro a nostalgia da partida, à angústia da mesma. Boa sorte D. Até breve!

sexta-feira, março 24, 2006

Skalpel

Bits and pieces and patches mixed together, kind of in a mix marginalized way

- We may expect quite a lot of noise.
- Probably, they are going to play some British records.
- That shouldn’t be too bad.

Let them play that jazz records and dance all night if they want!

domingo, março 19, 2006

Impressões da Lituânia

Vilnius - Lituânia
26/Fev/2006

À chegada, na minha mente, a Lituânia era apenas um país ligado à antiga URSS, mais próximo da Rússia do que do mundo ocidental, preenchido por uma língua indecifrável, longos casacos de pele e chapéus divertidos que evocavam memórias inconscientes dos velhos filmes russos.

VILNIUS
Na realidade, Vilnius lembra uma deliciosa cidade de bonecas russas. F. dizia-me que era antes um conto de Hans Christian Andersen. Vilnius é feita da matéria da irrealidade dos seus túneis, casas baixas e estradas irregulares cheias de neve, das matronas russas e bebes rosados. Parece um pouco um cenário de um filme, onde não é certo que para lá das fachadas exista alguma coisa.

Um olhar mais próximo e atento revela, contudo, uma outra realidade: essas pequenas casas com portões que podem não levar a lugar nenhum ou ao outro lado da cidade escondem sítios interessantes ao nível de qualquer capital europeia. São cafés "trendy" decorados com modernas peças de design e arte contemporânea; boutiques de marca; pequenas lojas de “délicatesses” recheadas de iguarias; lojas de âmbar, cujas pedras aprisionam pedaços de história; lojas de linho.

AS PESSOAS
Nas ruas nota-se o choque de duas gerações que me faz lembrar Portugal há alguns anos atrás. Por um lado, a geração mais velha, quase analfabeta, que se mantém apegada às suas velhas tradições; por outro, a nova geração, orgulhosa, com estudos, muitos com experiências internacionais, com apetite por marcas e moda. Nas ruas, junta-se ainda um outro elemento dissonante: essas mesmas jovens vestidas à última moda, vêem nos jovens ocidentais passaportes fáceis para o dinheiro e para a Europa. Esta é uma troca que tende a beneficiar apenas uma das partes. E suspeito que não são elas… Muitas vezes lindas de morrer, arrastam-se pelos bares com o ar fácil de prostitutas de rua. Não o são. Os ocidentais, atraídos por estes e outros encantos (o país não se coíbe de usar a beleza das suas mulheres como uma forma de atracção turística) não se fazem rogados aos avanços das loiras esbeltas. Mas eles partirão e elas ficarão, num ciclo que é na sua essência triste e decadente.

F. desenvolveu ao longo da sua estadia em terras de leste uma teoria sobre os homens e as mulheres que eu não resisto a partilhar. É de conhecimento comum que as mulheres de leste são bonitas. Ora... a razão porque isso acontece, segundo F., é porque Deus criou um incentivo aos homens desses países onde o clima é tão agreste e o trabalho tão duro, a eles se mantivessem vivos. E fê-lo através das mulheres bonitas. Pergunta minha... como se aplicará esta teoria ao Brasil? Comentário meu... efectivamente a criação foi benevolente apenas para um dos sexos, já que o mínimo que se pode dizer dos homens é que eles são feios!

O FRIO
F. tinha-me, caridosamente, avisado que iria estar muito frio. Claro que uma coisa sabê-lo e tê-lo em consideração enquanto se fazem as malas, outra é enfrentar o frio seco de 10ºC negativos. A pele queima, as bochechas ficam vermelhas, os olhos ardem. Mesmo em locomoção é necessário entrar de quando em vez em locais quentes, onde se sente o calor restabelecer o seu sítio correcto no interior de nós.

O LAGO
V. levou-nos numa excursão a Trakai, uma pequena vila não muito longe de Vilniu, no que é, aparentemente, programa usual de sábado à tarde para uma família lituânia. A excursão tinha um motivo adicional de interesse: o de irmos andar num lago gelado. Para qualquer povo do sul da Europa, esta ideia tem o seu quê de sobrenatural. Por definição, nos lagos não se anda, nada-se! No entanto, o facto é que andámos durante largos minutos naquela superfície lisa, branca e gelada. Cavámos na neve um buraco até encontrarmos o gelo da superfície da água para sermos capazes de acreditar que no Verão ali seria um aprazível lago, onde as famílias se banhariam, e onde os barcos agora presos nos ancoradouros gelados cortariam as águas.

À partida, Vilnius deixou-me uma vontade de ir conhecer mais, não apenas da Lituânia mas dos outros países dos Balcãs e do Báltico. Não estão assim tão longe de nós, mas ainda nos deixam o sabor agradável da surpresa de quando somos confrontados com outras culturas.

segunda-feira, março 13, 2006

Lust for life

Lust (noun): passionate desire for something; sensual appetite regarded as sinful.
Life (noun): the state of being alive as an human being; the period between the birth and dead of a living thing.

Para os das crises dos 20 e tal e afins: quando estiverem a enfrentar a lista infinita de e-mails por ler, lembrem-se que é vossa a decisão de saborear a vida como se saboreiam outros pecados: apaixonadamente.

Boa semana!

domingo, fevereiro 19, 2006

Diferente FM

Ando em fase de músicas do mundo... Os sons idênticos dos nossos FM habituais começaram-me a encher de um spleen musical. Não poderia viver sem eles, mas é perder demasiado viver apenas com eles. E foi assim que descobri todo um mundo de sons, ritmos e texturas, bem longe do meu preconceito àcerca de folclores de outras terras.

Dito isto... deixo uma sugestão com um nome impronunciável e um ritmo incontido para dias felizes: GINKOBILOBA.

PS- Obrigado S. por estes novos mundos.

domingo, fevereiro 05, 2006

As cidades e as suas manias

Com o passar do tempo, à força dos passos dos seus habitantes, das linguas e das culturas que as povoam, as cidades começam a ganhar humores e manias como os seres humanos. Humanizam-se e expressam-se através daqueles que as habitam. Genebra não escapa à regra... Cidade onde 54% dos habitantes possui um passaporte estrangeiro, onde se houve falar com a mesma frequência francês, inglês, português, espanhol ou italiano), onde a vida parece perfeita nos reflectos dourados das suas lojas de luxo. Cidade que flutua entre o afã contido do verão (nunca se poderá comparar com a "movida" dos países latinos!) e a deserção dos seus habitantes no Inverno em busca das estâncias de ski, da neve e do Sol. Essa mesma cidade começa o ano com uma vontade nova. Por todo o lado, a quase qualquer hora do dia e independentemente das temperaturas, por vezes negativas, se vê gente encapuçada, vestida com calças de licra, e camisolas quentes... a correr. Correm para todo o lado, vindos de todo o lado. São jovens, mas também velhos. Muitos homens e bastantes mulheres. Resistentes ao frio e tenazes de espírito, as conversas ao almoço, depois do tradicional: "Então para onde foste skiar no fim de semana?" versam regimes alimentares e calendários de treino. Há os dias de repouso, os dia da corrida longa, os dias do desporto intercalar. O que dizer?... A Grande Maratona de Genebra está à porta. O que significa que acontecerá em Maio... 42.195m são muito metro e exigem tempo, tenacidade e dedicação. A contagem decrescente sente-se na cidade e no espírito das pessoas E assim genebra não só se veste engalada para receber a corrida em si, mas observa orgulhosamente os seus habitantes que lutam por não a desapontar. Afinal... quantas pessoas no mundo podem dizer que correram a maratona e a terminaram?

segunda-feira, janeiro 16, 2006

domingo, janeiro 08, 2006

Snowboard

O cenário que me tinham pintado era paradoxal, e apenas podia indicar um caso de masoquismo extremo para aqueles que o praticavam. Os conselhos iam desde as simples regras de segurança (arranja um capacete) até às últimas formas de protecção (Talvez algo fofo para o rabo possa ajudar...). As expectativas não podiam ser mais baixas: nódoas negras, possibilidade de pulsos partidos, dores por todo o lado. Mas no fim, todos terminavam com um sorriso encantador, dizendo: "Vais adorar!"

Foi portanto, numa mistura de sentimentos que me levantei às 5h30 da manhã para a famosa aula de snowboard...

Hoje, apesar das piores expectativas não se terem confirmado, os meus movimentos são lentos, com dores em músculos que não imaginava ter e pesadelos com a perspectiva de simples mudanças na cadeira. Enfim... Aquilo que ninguém me disse é que um dia passado na montanha ao ar livre é absolutamente libertador e repousante e hoje, apesar das dores penosas pelo corpo todo, tenho a mente descansada e a doce sensação que o fim de semana durou eternidades. Venham mais dias assim...