sábado, outubro 22, 2005

Elementos mágicos

Ontem ao jantar falava-se de cheiros e da sua capacidade para instantâneamente nos levarem a locais e tempos distantes. Não consigo deixar de pensar que essa capacidade quase mágica é comum a todas as coisas que, por nos terem tocado se emiscuiram na nossa vida até serem parte de nós. Não interessa portanto, quanto tempo passe ou se ficámos ou partimos. Levamos essas sementes connosco e um dia quando menos esperamos a magia acontece e recuamos muito tempo para outros jantar, para amigos perdidos ou sempre presentes, para viagens ou simplesmente para um determinado estado de espírito. Às vezes (como aliás tudo o que é importante), o elemento mágico não passa de um detalhe, um pedaço de uma conversa, uma música, uma luz mais especial, que afinal não tinhamos esquecido e nem nos lembravamos das saudades que tínhamos.

Bom fim de semana.

2 comentários:

Anónimo disse...

C'est pourquoi la meilleure part de notre mémoire est hors de nous, dans un souffle pluvieux, dans l'odeur de renfermé d'une chambre ou dans l'odeur d'une première flambée, partout où nous retrouvons de nous-mêmes ce que notre intelligence n'en ayant pas l'emploi, avait dédaigné, la dernière réserve du passé, la meilleure, celle qui, quand toutes nos larmes semblent taries, sait nous faire pleurer encore.

Your story is exactly what Marcel proust calls "La memoire involontaire": the memories that our brain has left in a dark corner but that suddenly are revealed in by the touch of an object, a smell, a sound.... beautiful thought!

O Puto disse...

Os sentidos e a memória são dois conceitos indissociáveis.